Bebendo da Fonte
Algumas figuras foram muito marcantes ao longo da história da humanidade e, mesmo separadas de nós por centenas de anos, ainda nos influenciam de sobremaneira. Todavia, torna-se inacreditável o fato de que esses mesmos personagens sejam compreendidos de forma tão superficial.
Não seria difícil exemplificar o que quero dizer mas, entre todas as personalidades que marcaram a história do mundo e, no geral, são abordadas de forma rasa, duas me saltam aos olhos. Uma destas personalidades divide a filosofia e a outra divide a história, estes são Sócrates e Jesus Cristo.
Em uma sociedade de grande difusão como a nossa é difícil encontrar pessoas que não saibam, ao menos, quem foram estes homens. A imagem de ambos vêm juntamente com chavões e frases prontas descontextualizadas, afinal, todos sabemos que o antigo filósofo grego disse “Só sei que nada sei”, seja lá o que isso significar; ou ainda, repetimos as famosas palavras de Cristo sobre como o conhecimento da Verdade liberta, mesmo sem entende-las verdadeiramente.
Mas por que isso acontece? Por que figuras tão presentes nos são tão obscuras? A resposta para isso é simples, nós não conhecemos estas figuras de verdade mas sim as caricaturas que nos são transmitidas ao longo da história. Afinal, quando fomos às fontes primárias observar quem são estas pessoas? E aqui não faço um apelo ao intelectualismo mas, ao contrário, digo que tal atitude é possível a nós, afinal, não é tão difícil encontrar os evangelhos ou os textos de Platão.
Ao chegar a estas fontes, teremos as nossas expectativas surpreendidas e veremos, por exemplo, a genialidade de Sócrates ao enfrentar os sofistas e nos emocionaremos no seu discurso sobre as virtudes; poderemos notar a figura complexa e paradoxal de Jesus Cristo que, ao mesmo tempo, apresenta sua santa ira ao expulsar os vendilhões do templo e mostra toda sua mansidão ao rezar pelos seus algozes.
Pretendo com este breve texto fazer uma apologia ao real conhecimento dos nossos personagens históricos, em especial, daqueles tratados no presente escrito; eles têm inúmeras semelhanças em suas caminhadas, ambos foram julgados e condenados a morte de forma injusta, foram pontos de ruptura na história, inspiraram discípulos e, mesmo que de forma substancialmente diferente, estão ligados pela Verdade, um a perseguiu durante toda sua vida, enquanto o outro era a própria resposta para o famoso questionamento “Quid est Veritas?”.
